Compliance: o cumplice do chefe
Ah, o compliance! Esse ser etéreo, que mais parece uma sombra elegante de terno, sempre pronto para exibir um sorriso protocolar. Ele, que deveria ser o justiceiro, o guardião das regras, o farol moral de uma empresa… Mas, no Brasil, ele é quase como aquele amigo que diz “não posso ir” para o churrasco, mas aparece de mansinho no final para pegar o último pedaço da picanha.
É claro que, no papel, o compliance está ali para garantir que tudo seja feito de acordo com as leis e com a ética. Aquele manual grosso que está mais para escudo do que para guia. Afinal, o que ele realmente faz? Ele é o super-herói da transparência? Ou seria apenas o cúmplice do chefe? Digo, por que, se pararmos para pensar, o compliance é o verdadeiro “cumpridor de regras” quando o chefe está fora de alcance. Mas, quando o chefe dá aquele sorriso torto e pede uma “ajustada” nos números, o compliance se transforma no mais fiel dos aliados. “Claro, chefe, aqui não tem erro!”
Aí vem a verdadeira arte do compliance brasileiro: o malabarismo. Como agradar ao chefe, garantir que a empresa tenha lucro e, ao mesmo tempo, não cair na armadilha da ética? Fácil. Basta colocar uma carinha de quem está fazendo tudo certinho e deixar o chefe pedir o que quiser. “Mas e a ética?”, você me pergunta. Ora, no Brasil, a ética vai se adaptando ao novo modelo de negócios, especialmente quando há um “almoço de negócios” ou um “favorzinho” aqui e ali.
Vamos combinar, compliance é aquele amigo que quando você fala “não vou fazer isso porque é errado”, ele olha para o lado, finge que não ouviu e vai dar aquele empurrãozinho estratégico. Ele não é o herói de filme americano que vai até o fim para cumprir as regras, ele é mais o tipo que vai até onde a grana o deixar ir. Afinal, como dizem por aí, “quem não pode com o pote, não pega na rodinha”, né? Se o chefe mandou dar um jeitinho, que jeitinho seja!
E, quando chega o dia da auditoria, ah, esse sim é o grande momento de brilhar. O compliance vai lá, com seu sorriso de “tudo nos conformes”, entregando a papelada que foi cuidadosamente preparada com uma ajuda “indireta” do chefe. “Aqui está tudo certo, auditora, veja só esses números brilhando!” Mas ninguém sabe, e nem ninguém quer saber, que a planilha foi mais ajustada que as notas fiscais de última hora.
Não se enganem, o compliance não é o vilão dessa história. Ele é só um coadjuvante que aprendeu a arte de ser cúmplice do chefe. É um jogo de cintura, um malabarismo entre a moral e o lucro. E enquanto a empresa continua faturando, o compliance vai lá, todo alinhado, com seu sorriso “corporativo”, cumprindo o que precisa ser cumprido. E, claro, sempre pronto para garantir que, no final, tudo ficará… dentro dos conformes.
Ah, o compliance brasileiro! Um verdadeiro mestre na arte de ser cúmplice do chefe, sem perder a pose de bom moço. Quem diria, não é?
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